Reflexões de Mesa de Bar

A alcunha "Diegopédia" foi me dada pelo meu colega João Paulo Coêlho à época da faculdade por minha mania de emitir opinião sobre quase tudo que havia na face da terra. Este humilde Blog foi fundado em 2008 com propósitos lúdicos de opinião e hoje, ocupa em minha vida um espaço de compartilhamento de críticas e ideias em minha empreitada contra o pensamento e contra às ações elitistas tão comuns na nossa sociedade tupiniquim. E expressão "Esquerda Feijoada" criei por necessidade de diferenciar a proposta de esquerda que defendo em minha vida. Esta proposta é de uma esquerda com os trabalhadores, dos trabalhadores e para os trabalhadores. Aqui, refiro-me, em especial, aos trabalhadores do país inteiro que saem todos os dias dos mercados públicos, comem sua feijoada (autêntica comida brasileira criada pelos escravos) e saem para seus postos de trabalho lutar por mais um dia. Não milito por esquerdas de elite que vivem de discurso. Milito pela esquerda do povão, do trabalhador que não esquece que é trabalhador e que luta por uma sociedade mais justa com distribuição da riqueza. Eu milito pela "Esquerda Feijoada" e que pese na barriga das elites a digestão destas lutas!

domingo, 12 de outubro de 2014

Saúde e Meio Ambiente: um impasse fundamental e um imperativo para as políticas de território.

Existe um impasse, antigo e estrutural, nas políticas de saúde e nos debates sanitários. Este impasse é fundamentalmente o ambiental. Digo isto porque não é sequer necessário muito esforço conceitual e acadêmico para revisar as cartas e relatórios das conferências de saúde e de conferências com temáticas políticas afins para notar que mais da metade do que é proposto toca direta, ou indiretamente, na questão ambiental.

Ora, em especial as políticas de território no Brasil, a saber a Saúde da Família e a Política de Assistência Social e seus trabalhadores, veem, cotidianamente suas ações atingirem pouquíssimo impacto positivo nas comunidades em que estão inseridas. Esta impotência,além das dificuldades de gerenciamento de pessoa e questões de estruturação das políticas, é uma atestado da incapacidade destas políticas de pensarem ações e intervenções coerentes no meio ambiente das comunidades em que vivem. Digo isto, pois não considero relevante discutir saúde e meio ambiente por meio da instalação de cestos de lixo coloridos para suposta coleta seletiva de materiais. Isto não é discutir meio ambiente. Recomendo inclusive para os leitores mais criteriosos a seguinte leitura da professora Minayo: MINAYO, Maria Cecília de Souza. Saúde e ambiente: uma necessária reflexão. Inf. Epidemiol. Sus, Sept. 2002, vol.11, no.3, p.113-114. ISSN 0104-1673.

Sempre que se vai discutir meio ambiente (qualidade da água, saneamento básico, gerenciamento do lixo, convivência com os animais domésticos ou não, a questão dos terrenos baldios e outras questões) nos territórios com as equipes (saúde, escolas, assistência social e outras) cai-se no famoso IMOBILISMO ESTRUTURAL PARALISANTE. Esta condição de definição chique na verdade é o famoso "lavar as mãos e deixar para lá pois não poderemos resolver isto". Eis aqui minha crítica principal e fundamental ao conjunto dos trabalhadores (porque não espero o melhor dos gestores públicos e privados) que caem no reclamismo conveniente e de cruzarem os braços diante de uma possibilidade concreta e potente de melhorarem, junto com a comunidade, uma condição que impacta diretamente nos trabalhos nas unidades de saúde e em outros espaços.

Não é necessário ir em um barco do Greenpeace e fechar uma plataforma de petróleo, para ser um ativista ecológico. Não é necessário fazer o saneamento básico com as próprias mãos para fazer algo coerente do ponto de vista ambiental que impacte diretamente na saúde. Faço estas comparações absurdas, porque isto habita o imaginário de muita gente.

Eu, particularmente, fico indignado quando eu vejo umidades de saúde, CRAS e escolas organizando  de combate ao mosquito da dengue, pois estas caminhadas em certa medida são o atesto da hipocrisia ambiental nas comunidades. Como se organiza caminhadas (com as crianças e adolescentes, professores,, profissionais de saúde, lideranças comunitárias) se este tema não é trabalhado no cotidiano? Na verdade, apenas os bravos agentes de endemias e agentes de saúde estão preocupados no cotidiano com a dengue e quando as famosas epidemias acontecem, a sociedade entra em pânico e, misteriosamente, todos focam preocupados com a dengue. Assim não dá!

Não me deterei neste texto apenas para acusar, muito pelo contrário isto não faz parte da minha proposta política enquanto trabalhador e nem da minha proposta política de vida. Aponto que existem sim caminhos possíveis para melhorar esta condição de impasse. Mas todas estas propostas implicam necessariamente a abdicação do lugar de conforto e uma posição ativa na vida, mesmo diante das dificuldades estruturais (que meu críticos chamam de heroismo idealista). Neste sentido, por que não se tenta (uma, duas ou dez vezes) organizar fóruns de discussão, realização de abaixo assinados com reivindicações ambientais do território? Por que não se organiza caminhada até a sede da prefeitura, fazendo muito barulho, entregando material para os demais moradores saberem da causa, conversando com as pessoas e, ao chegar na prefeitura só sair quando conseguir falar e negociar com os responsáveis pelo saneamento básico? Enfim, por que n~çao paranos de reclamar e vamos a luta?

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