Reflexões de Mesa de Bar

A alcunha "Diegopédia" foi me dada pelo meu colega João Paulo Coêlho à época da faculdade por minha mania de emitir opinião sobre quase tudo que havia na face da terra. Este humilde Blog foi fundado em 2008 com propósitos lúdicos de opinião e hoje, ocupa em minha vida um espaço de compartilhamento de críticas e ideias em minha empreitada contra o pensamento e contra às ações elitistas tão comuns na nossa sociedade tupiniquim. E expressão "Esquerda Feijoada" criei por necessidade de diferenciar a proposta de esquerda que defendo em minha vida. Esta proposta é de uma esquerda com os trabalhadores, dos trabalhadores e para os trabalhadores. Aqui, refiro-me, em especial, aos trabalhadores do país inteiro que saem todos os dias dos mercados públicos, comem sua feijoada (autêntica comida brasileira criada pelos escravos) e saem para seus postos de trabalho lutar por mais um dia. Não milito por esquerdas de elite que vivem de discurso. Milito pela esquerda do povão, do trabalhador que não esquece que é trabalhador e que luta por uma sociedade mais justa com distribuição da riqueza. Eu milito pela "Esquerda Feijoada" e que pese na barriga das elites a digestão destas lutas!

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A Respeito da Lucratividade Trabalhista da Pobreza e da Miséria: o cuidado compensatório pela convivência com "gente vulnerável"

Eu sempre considerei estranho que os profissionais das equipes de saúde da família (médicos, enfermeiros, dentistas), excluindo-se neste critério os profissionais de nível médio e técnico, tais como os auxiliares e técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal e os agentes de saúde, enfim que os primeiros citados, em Fortaleza e em outros contextos do país, recebesse adicionais no seu salário por trabalharem em áreas de risco. 

Ora, um primeiro ponto estranho desta história e a assimetria de direitos, pois os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, profissionais de Educação Física, nutricionistas e outros mais) não recebem, via de regra, estes mesmos "incentivos". E não posso esquecer que, majoritariamente, os profissionais de nível médio não recebem tal "incentivo".

O calculo destes famosos "riscos" são feitos em relação a critérios da defesa civil e alguns critérios das ditas vulnerabilidades sociais. Estes critérios são elaborados para estratificar as fragilidades dos territórios de atuação das equipes de saúde. No entanto, o que me motiva escrever este texto consiste no fato de a Prefeitura de Fortaleza ter feito em 2005/2006 (bem como outras regiões do Brasil terem feito o mesmo) foi estabelecer maior remuneração para quem fosse lotado nestas regiões. Isto é um absurdo!!! Ora, defende-se a lei 8080/90 a Lei 8142/90, bem como uma vasta literatura que prega a aproximação com os territórios, estabelecimento de vínculo e o primeiro passo para estabelecimento deste vínculo e utilitarista-econômico-assimétrico. Não estou afirmando aqui que todos e todas os (as) profissionais se vincularam aos seus territórios por este motivo, mas com certeza uma maioria expressiva o fez por isso e, devo admitir, que o SUS foi assassinado neste dia em que os profissionais de saúde foram barganhados economicamente para lidar com a violência, com a pobreza e com as pessoas dos territórios. 

Vendemos a pobreza e pedimos desesperadamente que os profissionais fosse dar uma "força" para estas comunidades até surgir a primeira oportunidade de transferência. Assim legitimamos o pior: a venda do sofrimento (com raríssimas exceções)

É por essas e outras que não aguento quando vejo profissionais reclamarem de privilégios de médicos (que é assunto para debates em outros momentos), de privilégios mil, mas esquecem do privilégio fundamental: a venda de sua assistência em saúde para os pobres que podem lhe trazer algum "perigo".

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