Reflexões de Mesa de Bar

A alcunha "Diegopédia" foi me dada pelo meu colega João Paulo Coêlho à época da faculdade por minha mania de emitir opinião sobre quase tudo que havia na face da terra. Este humilde Blog foi fundado em 2008 com propósitos lúdicos de opinião e hoje, ocupa em minha vida um espaço de compartilhamento de críticas e ideias em minha empreitada contra o pensamento e contra às ações elitistas tão comuns na nossa sociedade tupiniquim. E expressão "Esquerda Feijoada" criei por necessidade de diferenciar a proposta de esquerda que defendo em minha vida. Esta proposta é de uma esquerda com os trabalhadores, dos trabalhadores e para os trabalhadores. Aqui, refiro-me, em especial, aos trabalhadores do país inteiro que saem todos os dias dos mercados públicos, comem sua feijoada (autêntica comida brasileira criada pelos escravos) e saem para seus postos de trabalho lutar por mais um dia. Não milito por esquerdas de elite que vivem de discurso. Milito pela esquerda do povão, do trabalhador que não esquece que é trabalhador e que luta por uma sociedade mais justa com distribuição da riqueza. Eu milito pela "Esquerda Feijoada" e que pese na barriga das elites a digestão destas lutas!

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Para Refletir com Darcy Ribeiro: somos tudo isso e mais um pouco.

Caros leitores do Blog Diegopédia, reproduzo abaixo o texto o conteúdo de um texto de autoria do pensador notável Darcy Ribeiro. Este fragmento de texto do Darcy (que faz parte de sua obra O Povo Brasileiro), encontrei em um livro-texto sobre um curso de impactos da violência no campo da saúde que estou a estudar e considerei as reflexões do referido sociólogo brasileiro de extrema relevância e revolvi compartilhar com os interessados. Segue o texto:

"Todos os brasileiros somos carne da carne daqueles pretos e índios supliciados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os suplicou. A doçura mais terna e a crueldade mais atroz aqui se conjugaram para fazer de nós a gente sofrida que somos. Descendentes de escravos e de senhores de escravos seremos sempre servos da malignidade destilada e instalada em nós, tanto pelo sentimento da dor intencionalmente produzida para doer mais, quanto pelo exercício da brutalidade sobre os homens, sobre as mulheres, sobre as crianças convertidas em pasto de nossa fúria.

A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, serviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação nos dará forças, amanhã, para conter os possessos e criar aqui uma sociedade solidária". (p 120)

Darcy Ribeiro (O Povo Brasileiro, 1995).

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